"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

Planeta dos Macacos - a origem

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Decepção.

Pensei que assistiria a uma espécie de Avatar peludo mas quebrei a cara.

Nunca gostei muito de macaco. Acho macaco um bicho feio de doer. Tão feio e fedorento que prefiro manter distância. Por isso nunca dei atenção à antiquíssima série Planeta dos Macacos.

Pensei que esse filme seria um Planeta dos Macacos melhorado, com super efeitos especiais, algo a ser lembrado no futuro, uma história mais envolvente. Na verdade a história é boa, mas é interpretada da pior forma possível, a ponto de ser ridícula em alguns momentos.  O que vemos, em suma, é uma história que começa bem, promete crescer mas broxa em seguida, descambando para o estilo mais furreca de Seção da Tarde.

No final, mas no final mesmo, a bobajada deixa um material interessante para reflexão. É o que quase salva o filme. É a grande sacada, só que o filme não é salvo pela lição final. Desperdiçaram a idéia. Ô raça! (refiro-me aos humanos).

Em alguns momentos nos sentimos irritados; em outros nós temos que rir do ridículo que vemos. Na verdade tudo o que você vai ver, você já viu em outros filmes, só que com personagens humanos. As cenas de cárcere e tantas outras são clichês demais!

Imaginem macacos trancafiados em prisões para serem usados em experiências científicas. Até aí tudo bem. Mas imaginem um "carcereiro" que se comporta como se eles fossem gente, que pega implicância com um, castiga o outro. O carcereiro vive lançando para os macacos hora olhares irados, hora olhares ameaçadores e às vezes até olhares ressentidos. Pelamordedéus!  Igualzinho aos mais manjados filmes de presídio. Imagine um carcereiro na vida real falando para os macacos coisas como "você é muito engraçadinho... vai se ver comigo..." ou "não vi graça nenhuma!"  Não dá pra aguentar.  São numerosas as cenas em que o diretor se perde e não sabe mais se está contando uma história para adultos ou para crianças de seis anos de idade.

Chega a ser cômico o jeito de herói do "macaco inteligente". Tem horas que parece que estou vendo o Bruce Willis antes da depilação.  As caras e bocas que o "macaco principal" faz são copiadas dos piores chavões da dramaturgia.

Fui assistir porque me disseram que era excelente e que tinha uma tremenda lição. Tá bom, tem lição, mas pra excelente falta muuuuito.


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Apollo 18

domingo, 11 de setembro de 2011

Muitos pontos em comum com Alien, o Oitavo Passageiro, só que nesse filme a gente começa acreditando; jura que está vendo um documentário.

Um filme como esse é a melhor vingança contra o Governo, com sua mania de sonegar informações do povo. A coisa funciona assim : "Ah, não quer dizer como foi? Pois deixa que a gente explica, e do nosso jeito. E olha que o povão acaba acreditando!"

A história é: missão secreta à lua acaba mal e o Governo só presta às famílias das vítimas  explicações irritantemente burocráticas.

A NASA não gostou nada dessa criatividade na cola do seu silêncio e reagiu dizendo que o filme não é um documentário, mas uma obra de ficção e que eles não têm nada a ver com isso. Tipo "não fui eu, tio! Eu sou trabalhador pai de família!"    

Não quero influenciar você, mas acho que tem caroço nesse angú!

Com ou sem desmentidos, aos expectadores o que conta mesmo são as palavras de Bob Weinstein, presidente da presidente da Dimension Films, de que a película contém sim trechos de filmagens reais - que seriam obviamente sigilosas. 

Como ele conseguiu isso? Não sei. Ele mentiria assim tão descaradamente mesmo podendo haver implicações jurídicas? Não sei também.  E não quero saber. O filme funciona, prende a gente do começo ao fim. E ainda tem uns lances com os russos e tal e tal. 

Em minha opinião eles poderiam ter explorado melhor o tema. A história começa "vida real"  mas termina Spielberg demais. Acho que não combina muito. Ao invés de apelarem para alguma doença lunar, algum delírio causado por gases desconhecidos ou coisa assim, preferiram pedir ajuda ao "oitavo passageiro". Fraco né? Mas que isso não te tire da rota do cinema.

Mensagens do filme: 

1) Jamais confie no Governo; 
2) Outros podem estar lucrando com o seu heroísmo;
3) Voe, mas não tão alto;
4) Larga de ser curioso, cara!
5) Cheque suas cuecas antes de vesti-las.
6) Antes só do que com um amigo bichado.

Recomendo.

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O Homem do Futuro

domingo, 4 de setembro de 2011



O filme é muito legal. Só não vou dizer que é uma história "muito criativa" porque não é.  Ele é uma cópia do famozézimo De Volta Para o Futuro. É um De Volta a lá brasileira, com orçamento menor e em português. E tem um romance legalzinho no meio.

Não vejo nada de mais em copiar, desde que não avacalhem a idéia original. Aqui copiaram o lance da viagem no tempo, mas houve criatividade no resto e ficou muito bom.  Não copiaram tuuudo.

Essa é a diferença maior do original: em "De Volta..."  o assunto era a máquina; aqui, o assunto é o romance.  A coisa funcionou. Além do mais, a maravilhosa e inesquecível trilogia do Spilberg não foi vista pela galera mais jovem, então eles nem vão sacar o "Control C Control V"

Wagner Moura já deve estar de saco cheio de ser chamado de Capitão Nascimento. Ele está se esforçando pra caramba para deixar pra trás esse fantasma.

Está dando certo.

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Árvore da vida

sexta-feira, 26 de agosto de 2011



Excelente... ou uma droga - tudo depende de como sua mente vai processá-lo. Depende do seu "eu espiritual" (seja lá o que isso seja).

Era para ser um filme edificante e direcionado a qualquer um. E é, mas a linguagem escolhida para transmitir a idéia é... digamos... enigmática demais.

Desconfio que raras pessoas vão gostar. Eu mesma só gostei porque já li o livro de Jó e quase pelo meio do filme consegui juntar uma coisa com outra.  Nem todos os cérebros no cinema seguiram a mesma linha. Deve ter sido por isso que ouvi umas reclamações e uns risos de deboche no cinema. Quando saí para pagar o estacionamento ouvi um rapaz dizer às amigas: "E eu pensava que só eu fosse doido! Ha ha ha" . Por aí você tira.

O diretor quis passar uma mensagem poderosa. Para isso, palavras seriam insuficientes. Sendo assim  ele lançou mão de imagens para nos fazer mergulharmos em nós mesmos e no nosso tal "eu espiritual".   Pra mim  valeu.

Se a idéia de Deus não é forte em você, se você não tem questões existenciais, se você não se faz perguntas inquietantes, então desista de ver o filme.

Tá, admito que estou me enrolando toda pra falar da história. É que é complicado!

Pra começar: o Brad Pitt já está enchendo o saco com essa mania de fazer papel de feio. Alguém tem que dizer a ele que personagem bonito também pode ser sério, pode ser profundo e pode render Oscar. Não gostei muito desse trabalho dele mas tudo bem. E todos os demais atores foram ótimos.

E a história? É sobre uma família "anos sessenta". Família tradicional, classe média e bem estruturada. O pai, chefão de família, é  trabalhador, sério, responsável, carinhoso mas... rígido demais. A educação em sua casa é ao estilo minitar e isso desencadeia uma pré-crise de adolescência em um de seus filhos. Ele vai se tornando rebelde, amargo, questionador e triste. Em dado momento ele odeia o próprio pai.

Pronto, é isso. Agora e a mensagem? Bem, é uma coisa tão subjetiva que o que eu entendi pode não ter nada a ver com o que o diretor quis dizer. Posso fazer um discurso inflamado sobre o filme  e no final o diretor se levantar e me perguntar: "Que filme é esse mesmo que você está falando? Não foi o que eu fiz não, né? Nada a ver!"

Pois é.

Eu acho/parece/tenho a impressão de que se trata da história de uma pessoa que trilha um longo e tortuoso caminho emocional até encontrar-se finalmente com Deus. Assim eu percebi. Se você entender o inverso não vou discutir. 

Repito: só entendi o filme porque já li o livro de Jó (Bíblia) e a história começa justamente com um trecho  que diz mais ou menos o seguinte (na minha linguagem pra lá de coloquial):

"Como é que é? Você quer mesmo que eu responda às suas perguntas? Vem cá, onde você estava mesmo quando eu criei os fundamentos da Terra?"

Essa primeira frase é a base de tudo. Outra frase fundamental eu li certa vez e fiquei matutando:

"Para encontrar Deus é necessário primeiro perdê-lo"

Cara, é isso! E o filme é isso.

Sussurros, imagens misturadas, simbolismos profundos, frases perdidas, nada parece ter um propósito. Contar uma história desse jeito é bem a propósito! 

Fiquei impactada por aquelas imagens de explosões, quedas d'água poderosas, infinito, galáxias, peixes, células... até entender que tudo aquilo remetia à idéia de Deus. Eram imagens metafóricas para nos levar a pensar no  indizível. O diretor não falou de Deus mas mostrou o que é a extrema beleza misturada ao medo absoluto; o que é a imensidão, o que é sentir-se um nada perdido no tudo, em meio a um turbilhão de acontecimentos e forças incontroláveis.  Como conversar com o cosmos, com o oceano, com o sol? Diante de tudo isso só nos resta dizer que "não está mais aqui quem falou". Dá medo olhar e se imaginar no meio de tudo aquilo. Incompreensível, imenso, indomável. Assim foi passada a idéia de Deus - e é assim que eu imagino, por isso me identifiquei com tudo. E gostei.

O medo só não nos vence porque a beleza nos acalenta em cascatas de deslumbramento.

Tudo a ver com Jó descobrindo o Divino depois de tanta coisa esquisita em sua vida. Ele precisou primeiro sofrer, questionar, se revoltar, querer morrer, querer matar, gritar que nada fazia sentido, brandir o punho, sentir ódio, achar que tudo é mentira.,. para só depois dar de cara com  o Amor Profundo.

Pra não me alongar demais - uma vez que o tema me empolga - completo dizendo como percebi as últimas cenas, aparentemente sem sentido:   encontrar Deus é também reencontrar-se consigo mesmo e fazer as pazes com o bebê que você foi, com a criança, o adolescente, o adulto, e abraçar todo mundo. É se pacificar, consigo e com o universo. É também reencontrar o jovem pai, o velho pai, a mãe em todas as idades e com os irmãos também em todas as idades e poder abraçá-los em paz com tudo resolvido, sem pendências. É perceber que todos os "despropósitos" tinham um propósitoe tudo foi bom. É reencontrar todo mundo que fez parte da sua história, todos, em um momento mágico, e perceber que por fim tudo era apenas um enigma amoroso.

Quem encontra Deus se encontra também consigo mesmo e faz as pazes com o universo.

Lindo. E estranho. Assim é o filme e assim é a nossa vida.

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Assalto ao Banco Central

domingo, 24 de julho de 2011



Não é um filme perfeito, mas é um bom filme. Você vai gostar. A seção que fui estava lotada, o que talvez queira dizer que não foi só eu que gostei.

A história é verídica, o que é sempre um charme a mais.

É sempre interessante lembrar que nem toda idéia fantasiosa está limitada ao mundo dos sonhos. Há sempre pessoas dispostas a fazer loucuras nesse mundo e traspassar as expectativas. O assalto ao Banco Central é um daqueles filmes que se não disserem que é baseado em uma história verídica a gente acaba falando que "viajaram na maionese", que é tudo muito inverosímil e "desde quando bandido brasileiro age assim?Esse pessoal  tá vendo muito filme americano, e blá blá blá."  Pois é, mas se alguém andou vendo filme americano demais esse "alguém" foram os protagonistas da história. Eles planejaram muito bem, roubaram mas... Sempre tem um "mas".

Deram umas bobeiras grosseiras - que teriam passado despercebidas para a Polícia se não tivesse mulher metida no meio. Não é a primeira história que vejo mulher botando tudo a perder.  Em minha condição feminina odeio ter que admitir: em certas situações mulher é problema na certa.

Outra coisa chata de admitir:  há pessoas na Polícia Civil com capacidade para farejar dinheiro assim como tubarão fareja sangue. O que nos leva a concluir que quando eles querem, eles acham o que eles querem; e se não acham é porque não querem.

Detalhe: Não convivo com bandidos -graças a Deus - mas fico imaginando se uma quadrilha teria um percentual tão alto de bandido bonito e sarado. Esse é o primeiro ponto a discutir no fator "realidade" dessa história.

Outra questão é: cometeram o mesmo erro que vimos no filme Federal. Dessa vez não foi uma coisa tão grosseira, felizmente. Mas acho que eles  deveriam ter chamado um PF pra dar as dicas e mostrar como as coisas funcionam dentro da Polícia Federal. Tem uns lances lá que não tem muito a ver com a realidade e isso é uma coisa tão fácil de consertar! Claro que a maioria dos expectadores não terá condições de reparar mas mesmo assim deveriam ser mais atencioso nesse aspecto. Mas é coisa pouca e não desmerece a história.

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Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sem novidades. Mas e daí?  No comentário ao filme anterior eu já falei sobre "o truque das imagens hipnotizantes", que nos prendem na tela e a gente nem liga para o roteiro em si. Pois aconteceu de novo e continuará a acontecer enquanto der certo.

A estória? Uma bobagenzinha manjada a respeito de encontrar a fonte da juventude. Ai meu Deus, já vi isso em dezenas de filmes! Na era jurássica os dinossauros já procuraram essa fonte - e não encontraram.  Ah, mas e quem liga para a estória quando está diante de efeitos especiais lindos em três dimensões? Agora comigo é assim: só quero assistir filmes em 3D! Porque se não for bom a gente nem nota.

Não tem jeito: o charme, o atrativo e agraça do filme estão em Johnny Depp, muito bem encaixado na carcaça do Capitão Jack Sparrow. Ele é absolutamente cativante  não sei bem por quê, mas possui um cinismo bem humorado e um charme único, copiado de ninguém. Os outros atores também são ótimos - Geoffrey Rush, por exemplo -  mas não adianta: Johnny Depp ofusca todo mundo.

Pegue seu "oclinhos", seu saco de pipocas e vá ver em 3 D.  Coloque em seu quarto o cartaz do filme com a figuraça do Capitão Jack Sparrow e depois escreva uma crítica derrubando tudo. É isso aí.

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Padre

sábado, 4 de junho de 2011


Assisti em 3 dimensões e só no final, já no caminho de casa, é que reparei que a história não tem nada de mais. É que fiquei tão presa às imagens que esqueci o que fui fazer no cinema.

Sim meus amigos, esse é o mais novo truque para se fazer novos filmes sem precisar de novas idéias: caprichar no visual.   Eu caí como um patinho.

O visual é muito caprichado, com aquele aspecto fatal de fim do mundo. Ele tem assim uma cara de O Livro de Eli, só que colorido. Colorido com poucas cores.

Trata-se de uma história comunzinha sobre vampiros.  Particularmente prefiro os vampiros  medievais. Eles eram elegantes, educados, bem vestidos, bem penteados, colecionavam obras de arte e não resistiam a um decote.  Hoje em dia estão meio que avacalhando com os vampiros, tornando-os iguais aos monstrengos modernos que pululam pelas telas do mundo.  Qual a diferença entre um Alien qualquer e um vampiro moderno? Nenhuma.

Se você for reparar bem, o filme não acaba. Ele não passa de uma desculpa para continuar depois. Alguns filmes fazem isso de forma suave, velada. Esse não: está totalmente na cara a intenção de continuar. Deixaram  maliciosamente os melhores acontecimentos sem conclusão.  Por exemplo: o padre e a "padra" sentem-se fatalmente atraídos um pelo outro. Claro que vão acabar chutando os votos e mergulhando com gosto um no outro! Truque cara-de-pau pra fazer a gente voltar ao cinema.

Mas eu gostei, apesar da ausência de uma história criativa.  A salvação é assistir em 3D. Vá por mim.

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A fita branca

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Gostei mas não sei dizer exatamente por quê gostei. Li críticas que diziam que o filme é parado demais e longo. É longo e não tem corre-corre. É parado só aparentemente. Cada cena "parada" faz o cérebro da gente correr a mil, raciocinar, tentar entender.

A fotografia é maravilhosa. Todas as cenas são dignas de virar fotos impressas. Os atores são pra lá de excelentes. Não se vê maquiagem. A expressões dos rostos, a naturalidade da postura contida e tímida, o "jeito antigo de ser"... achei super interessante.  Sim, o filme é longo e "sem ação", mas ele puxa a gente para dentro da tela. Como não existe "ação", cada gesto, cada olhar e cada suspiro significam tudo! Não há correria: há INTENSIDADE. Absoluta intensidade.

Há mistério, há emoção, há um clima opressivo e tenso. Há rostos emocionados, apaixonados, com medo, irados, tristes, revoltados... A emoção salta da tela. Parece que conheço cada personagem desde criancinha. Cada rosto a gente acaba decorando. Nada nos distrai desse ralo que puxa tudo para si.

Só não gostei do final. Mas acho que entendo por quê a história acabou como acabou. A tônica não era o mistério em si. A tônica era: será que aquela postura intolerante, punitiva e sem misericórdia não seria o germe do nazismo já se manifestando?  Sim, esse é o tema do filme desde o começo.

Bem, eu gostei mas não garanto que você vá gostar. Arrisque

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O noivo da minha melhor amiga

sábado, 14 de maio de 2011

Uma boa m**da.  Está sendo vendido como comédia romântica mas não se engane: NÃO É COMÉDIA. É apenas um romancezinho fraco pra caramba. Coisa para garotinhas de 12 anos de idade, quando muito. Cheio de lugares comuns, coisas tolas, graças sem graça e draminhas ridículos.

Rachel (Ginnifer Goodwin), a advogada certinha, é uma chata mal vestida que se sente velha aos trinta anos. A mulher não tem um pingo de sal. A sua melhor amiga Drex (Colin Egglesfield) faz o papel de sex e linda. Não é linda, apenas uma loira hiperativa, inconveniente e que fala pelos cotovelos. Na história ela tem menos de trinta anos - ha ha ha.  O noivo de Drex é um bonitão retardado que não sabe o que quer da vida. Como ator ele até que tenta, mas não dá pra esconder que é gay até a medula - desculpa aí!

Só assisti até o fim porque eu já tinha pago mesmo mas tenho a declarar que faz tempo que eu não via um filme tão idiota. Pior do que "O noivo da minha melhor amiga", só o nacional Federal.

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Rio

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Já faz umas semanas que assisti mas não tive muito ânimo de comentar. Quando o filme é uma droga a gente quer logo jogar no ventilador. Quando ele é ótimo, também. Mas quando ele é apenas um filme... correto, o que a gente faz? A gente fica pensando, pensando... e depois escreve um comentário tardio depois que todo mundo já assistiu.

Sejamos justos: as crianaças que estavam no cinema morreram de rir. Adoraram. Fiquei surpresa porque não vi essa coisa toda. Mas basta os pequenos terem apreciado para todo o empreendimento valer a pena, não é? E eu até ri algumas vezes!

O Filme é bem feitinho mas não tem a menor queda para a polêmica. Tudo nele é para cativar as pessoas (principalmente os gringos) com respeito ao Rio de Janeiro. E sejamos justos: não é porque eu sou carioca, mas o Rio é lindo meeeeesmo, lindo de encantar. Ipanema, no filme, não é mais nem menos colorida e alegre do que na vida real. Dá vontade de se jogar na tela.

Bem, eu disse que os diretores tomaram todo o cuidado do mundo para não dar  motivo a nenhum tipo de protesto, a nenhum tipo de ofensa, nenhum mísero processo. Parece que pisaram em ovos o tempo todo. Isso é meio chato...  Essa coisa de "arte cuidadosa" não faz muito a minha cabeça.  Os ladrões foram representados pelos macaquinhos. Assim ninguém será acusado de odender os sentimentos cariocas insinuando que o Rio está cheio de ladrão (ainda que esteja). 

A história, claaaro, é sobre preservação da natureza. Esse negócio já está dando no saco, mas vamos lá: um último exemplar macho da arara azul está "morando" fora do Brasil e precisa ser trazido urgentemente para o Rio de Janeiro, onde mora a única fêmea da espécie. Se eles não se "apaixonarem" a espécie se extinguirá. Os interessados nesse "romance" terão que enfrentar todo tipo de desencontro e a ganância dos traficantes de animais.

Como está na moda em todo filme americano (e brasileiro também, já que macaqueamos tudo o que vem dos gringos) o papagaio (macho) é o bobão enrolado e a fêmea é que a esperta e lutadora e safa e tudo. Sempre é assim. Essa é outra coisa que já está me enchendo o saco.

Prepare-se: RIO não empolga como Toy Story nem como Procurando Nemo, mas é legal.  Ah: seus filhos vão gostar mais do que você.

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Esposa de mentirinha

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ei, porque você está lendo esse texto? Vai dizer que não sabe de quê se trata nem como termina o filme?

Sim, você já sabe. É tudo absolutamente previsível - o que não é sinônimo de ruim. Comédias românticas - sim, essa é mais uma - são como as bananas de uma penca: não são idênticas, mas são muito parecidas.

Não me arrependi de ter assistido essaa história do cara que descobriu que as mulheres gostam de homens casados que sofrem. Mulher não resiste ao sofrimento masculino, que lhes desperta o sentimento de maternidade (o qual inclui amamentação).

Jennifer Aniston faz papel de Jennifer Aniston e dá certo porque a gente gosta dela. Meio constrangedor são os três quilos de maquiagem com os quais rebocaram a cara da pobre Jennifer. Sabe aquelas maquiagens "naturais" ("nude") que existem para convencer os outros de que uma pessoa tem a pele tão perfeita que nem precisa de maquiagem? Pois é, carregaram no "natural". Há cenas nas quais a Jennifer é um Photoshop ambulante.

Como parte da história se passa no Havaí, é inevitável: passaram Nescau em todo mundo. Toda a gringaiada está com um marrom tão artificial mas tão artificial que até irrita. Na verdade eu já havia notado que Hollywood tem a mania de escurecer seus personagens. Você vê qualquer foto deles em um evento ou se encontra com um deles e descobre que são brancos como vela. Mas nos filmes, invariavelmente, eles exibem um bege mais aceitável - o que não ocorre quando a coisa acontece no Havaí.

Outra observação dispensável: a garota que faz papel de gostosa (Bailee Madison... só é gostosa para os gringos mesmo. É linda de rosto, cabelos artificialíssimos fingindo aquele arrepiado natural que só as perucas baratas conseguem, peitões mais ou menos, pernas finas e um corpo assim... meio desengonçado. Sabe como é desengonçado? Assim, magro e meio estranho, com o quadril mais estreito do que a cintura, sei lá.   Aqui no Brasil ela seria rejeitada em qualquer propaganda de cerveja decente. E indecente também. Por aí você tira,  mas na história todos dizem OH quando ela aparece de biquíni ("fraldão").  Só Hollywood mesmo...

Ah tá, estou aqui para falar do filme! Ele rende boas risadas em alguns momentos. Não é o melhor do gênero mas dá pra encarar.

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O Discurso do Rei

quinta-feira, 3 de março de 2011

Vou chover no molhado: filme é mesmo muito bom e o elenco, de primeira linha.

Colin Firth simplesmente arrasa no papel de George - um papel muito difícil. Não basta imitar um gago: é necessário passar toda a sua aflição, todo o seu sentimento de humilhação, de inadequação. Pelo seu desempenho maravilhoso podemos perceber e sentir toda a aflição e medo de George e seu desejo sincero de fazer o melhor, de somar, de ser o que seu povo precisa que ele seja.

Apesar de algumas cenas bem humoradas e mais leves, o que impera mesmo é a sensibilidade. A gente acaba se comovendo não só com as dificuldades enfrentadas por George mas também com a sua determinação em se superar, mesmo que aquele problema tenha sido resultante de agressões terríveis ocorridas na sua infância.

Seria fácil seguir o caminho de muitos: manter-se com pena de si mesmo e condenando os pais. Pois essa história mostra que esse tipo  de conduta é a preferida dos fracassados.

Só devo olhar para trás até o momento em que aquele olhar me traga algum tipo de entendimento útil. Depois, é seguir em frente. Quem tem um alvo e é competente não pode perder tempo com choramingos. Essa é a lição do filme: uma lição de força interior. Valeu mesmo.

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Bruna Surfistinha

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Um filme sobre uma garota que resolve sair da casa dos pais e alcançar sua independência financeira prostituindo-se. História de uma vida real, essa garota hoje está famosa, já lançou livro e foi entrevistada em programas de televisão. Na minha opinião, com esse caldo todo, o filme tinha tudo para ser uma porcaria. Mas não é.

A película conseguiu a façanha de não fazer apologia da prostituição e ao mesmo tempo não ser moralista. Tem aquele cara de realidade, de relato isento, que não puxa a sardinha nem pra cá nem pra lá. Dessa forma  cativa o espectador.

Como o filme conta a história de uma garota que mergulhou no mundo do sexo, obviamente há cenas de nudez e de sexo, mas sem a sutileza da sensualidade nem a crueza envolvente e excitante do erotismo. As cenas de sexo são quase todas deprimentes.

Sendo assim, decepciona-se quem vai assistir Bruna Surfistinha pensando que vai encontrar um filme erótico. Tudo é cru, sem glamour e pé no chão. Nem mesmo aquele humor sacana dos antigos filmes nacionais nós encontramos. O que vemos é uma história sem enfeites. Tudo está a dizer o tempo todo que  "é assim que são as coisas, é assim que funciona esse mundo."  Até mesmo quando Bruna está no auge do "sucesso" fica claro que apenas ela não enxerga que aquilo tudo está acabando com ela e que daqui a pouco ela vai estar na merda.

Como também não há ranço moralista fica mais fácil assistirmos desarmados e, portanto, raciocinarmos por nós mesmos que a prostituição é um terreno escorregadio, que é quase impossível encarar tanta nojeira de cara limpa, que todo o "sucesso" nessa área é tolo e volátil e que as mesmas drogas que ajudam a encarar o "trabalho" serão as causadoras de toda sorte de ruína, inclusive a financeira. Entrar nessa é, portanto, uma cilada.

Claro que a história também pode ser percebida de outra forma. Afinal de contas Bruna não morreu, conseguiu sair da prostituiçao, ficou famosa e está em um relacionamento estável.  Pode até parecer para alguma garota incauta que é simples e frequente sair de toda aquela porcaria sem sequelas. Não é.

O filme é muito bom e a Débora Secco se saiu muito bem.

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Cisne Negro

sábado, 26 de fevereiro de 2011


Vai acabar ganhando o Oscar de melhor atriz. Nem por isso gostei do filme.

"No filme de Darren Aronofsky, Nina Sayers (Natalie Portman), que conquistou o papel da princesa Odete (no “Lago dos Cisnes”), não consegue convencer o director Leroy (Vincent Cassel) de que possui também um lado negro para representar a princesa má, Odile (o cisne negro). A dualidade exigida pelo papel não é fácil para Nina" e para nos mostrar isso toda a sorte de piração aparece na tela.  A garota é doidinha da silva. Por isso o filme é um rosário de maluquice que, por fim, enche o saco. 

Haja paciência para os pitis, chiliques e chororô de Nina.  A garota é só osso e lágrima. Passa o filme todo com a sobrancelha na vertical, cara de enterro e vendo fantasma.

Mesmo se tratando de balé o filme é todo feio, exceto as últimas cenas, com a apresentação do espetáculo. Toda a história se passa em ambiente fechado e quase todos os lugares são feios e descoloridos.   Pra completar é o seguinte: não entendo de balé mas tenho olhos e sensibilidade (apesar dessa postagem) e não achei lá essas coisas as cenas de balé. Já assisti vários balés com movimentos muito mais leves, difíceis, perfeitos e encantadores. No filme todo mundo parecia pesado, "sem vôo".

Tá, admito, Natalie trabalhou muito bem. E se for para ela parar de chorar acho que devem dar logo um Oscar pra ela e mandar dormir.

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Bravura indômita

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dizem por aí que está sendo muito aplaudido. Sinceridade? Mesmo estando vestido para o Oscar com sua excelente fotografia eu não vi nada de OHH! nesse filme.

Além da fotografia também temos atores ótimos e personagens interessantes, todos com personalidade própria. Certo, mas e a história em si?

Há uma história mas ela não está à altura da produção.

A atriz principal, uma menina de 14 anos, é um espanto. Cheia de desenvoltura, se expressa muito bem, sabe ler (naquele tempo, naquele lugar). É uma sabe-tudo. Os adultos é que são burrinhos. O filme não explica como é que naquelas plagas empoeiradas encontraram uma menina prodígio daquela. Vá lá, isso não é grave. Mas realmente não entendi como é que na história ela é tida como feia mesmo sendo tão bonita.  Ao invés de tentar fazer o expectador achá-la feia, não seria melhor contratar outra menina menos graciosa? Gente feia é o que mais tem nesse mundo de meu Deus.

A gente assiste todinho o filme porque jura que com toda aquela bagagem o final vai ser com fecho de ouro. Anote aí:  fecho de cobre.

Eu iria adorar se, ao assistir esse filme, eu nunca tivese visto outro faroeste na vida. Só que já vi muitos e posso afirmar: nesse estilo já vi coisa muito, mas muito, mas muuuuito melhor. Quer um exemplo: assista "O ASSASSINATO DE JESSE JAMES PELO COVARDE ROBERT FORD". Esse sim é um tremendo filmaço.



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Ritual

domingo, 13 de fevereiro de 2011


Existe o drama romântico, o drama de guerra, o drama psicológico... e o drama espiritual.  Ritual é, definitivamente, um "drama espiritual".

Vou logo prevenindo: o filme não é especialmente impressionante em nada. É tão comum que até chamaram o Anthony Hopkins para emprestar-lhe credibilidade. Só para você ter idéia da apelação, ele aparece no cartaz do filme mas nem é o personagem principal.

Tudo bem, a historinha tem lá o seu mérito. Foi baseada em uma história real. Além do mais, evitaram  os conhecidos shows de efeitos especiais, tudo isso para levar os espectadores a refletirem na questão principal da história, não em imagens horripilantes.   Sei lá se isso tem mesmo algum mérito mas é fato que não apelar para efeitos especiais parece ter o mesmo valor de não apelas para cenas de sexo.

E qual é a questão central da história? A questão é: por que será que tem gente que simplesmente não consegue expulsar um demônio e outros conseguem? Qual o "segredo do sucesso?"  

Sim, apesar de dar mil voltas e enrolar um bocado, por fim somos brindados com uma mensagem que pretende justificar toda aquela canseira com o Diabo. A mensagem é:  sem fé em Deus, você vira fantoche na mão do Diabo. Se você não se entregar a Deus, não vai adiantar rezas, água benta nem nenhum tipo de apetrecho religioso. O Diabo não tem medo de nada disso. Ele só teme uma coisa: uma pessoa realmente comprometida com Deus, com fé e um vínculo real com Deus, não com a igreja.

Pelo menos é verdade.

Nada mais restando a ser dito, encerro aqui meu comentário.

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Santuário

sábado, 12 de fevereiro de 2011


Suspense de primeira qualidade. Pense em um filme tenso!

Visualmente o filme é dez. E nos demais quesitos também.  O "defeito" é que você simplesmente não consegue relaxar.

Estou arrependida por não ter assistido em três dimensões. Acho que vou voltar ao cinema e assistir de novo como manda o figurino. Dá pra notar, desde as primeiras cenas, que ele foi feito para 3D e é um tremendo desperdício abrir mão disso.  Tipo Avatar.

A idéia desse filme é não deixar ninguém assistir "de camarote".  Toda a armação é no sentido de te colocar dentro da cena para você fazer parte da equipe de mergulho, sentir o drama, o medo, mergulhar, sentir frio, claustrofobia, penar junto enfim.

Claro que detectei uns lugares comuns, mas nada estragasse o conjunto. Sabe aquele lance de filho que não gosta do pai mas que em meio à crise acaba descobrindo que o velho era dez? Pois é. Sabe o sem-caráter egoísta que não pensa nos outros? Também tem.

Efeito colateral: vou pensar duas vezes antes de me meter novamente em um passeio que inclua mergulho ou qualquer proposta para dar umas voltinhas em alguma caverna. E eu que estava pensando em conhecer Bonito, em Goiás. Eu hein!

A  única coisa que não entendi na história é: pra quê se meter numa dessa?

Não recomendado para cardíacos.

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Caça às Bruxas

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

 Felizmente ainda não inventaram filmes com cheiro, se não a gente iria morrer com mais essa história ambientada na Idade Média, onde todo mundo é ensebado, arrepiado e visivelmente fedorento.

Sim, esse é mais um daqueles filmes fedorentos tendo o Capeta como ator coadjuvante. Do tipo que você sai do cinema jurando que já viu tudo aquilo.

Não vou dizer pra você "não assista". Assista. Só não espere surpresas.  A idéia é: vá sabendo que o filme é exatamente como você imagina que é. Não surpreende em nada, embora não chegue a ser chato.

O estilo é aventura. No começo ele faz de conta que vai ser de terror mas muda de idéia. Depois ele tenta ser de suspense, mas não consegue.

Bons atores, efeitos especiais bem feitos e blá blá blá mas houve também umas pisadas de bola feias.  Difícil engolir o total desprezo pela questão emocional dos personagens.  Tá certo que não vamos colocar nesse tipo de história questões profundas de psicologia mas há limite para a vista grossa.

Imagine: em meio a uma daquelas guerras cruas e horrorosas os personagens agem como se estivessem brincando. Enquanto enfiam espadas nos outros como se fossem feitos de sabão, ainda  conseguem conversar e trocar umas piadinhas. E tem mais: depois de passar a vida matando gente como quem mata pulga, na maior naturalidade, um dia dá um tilt no cérebro do protagonista.  Sem mais nem menos ele fica chocadinho ao matar acidentalmente uma moça.  Não sei por quê a morte de uma piriguete seria mais importante do que a morte de milhares de pais de família.  Mas sim, nesse momento ele entra em crisezinha moral, vira sensível e começa a achar que é muito feio sair por aí matando os infiéis e que não é possível que Deus se divirta com isso.  Vá tomar banho!

Ah: o filme é com o Nicolas Cage. As expressão do rosto é aquela que a gente já conhece. A única mudança significativa é que ele parece ter engordado...

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A Rede Social

sábado, 29 de janeiro de 2011


Muito bom! Claro que nas primeiras cenas levei medo. Pensei logo: "Lá vem um daqueles filmes metralhando diálogos com informações incompreensíveis na velocidade da luz. Não vou entender nada."


Calma, as primeiras cenas são só pra impressionar. Na verdade a gente entende o filme sim, e ele é ótimo.


O personagem principal dá o que pensar.  Mark Zuckerberg é esquisitão e inteligentíssimo. Normal. Todo inteligentíssimo é esquisitão. E  não é muito simpático. Detalhe: a gente acaba gostando dele. Como? Aí é que está.


Mark é brilhante, inventivo, jovem, fala o que dá na cabeça, é ambicioso, convencido e não resiste a uma oportunidade de crescer, mesmo que isso lhe custe as mais caras amizades. Ele simplesmente não resiste! É como se uma força superior o puxasse para cima e ele tivesse que cumprir seu "doloroso" carma. Era para odiarmos Mark. Porque isso não acontece?  Porque mesmo assim ele é tudo o que queríamos ser. 


Uma pessoa de bom coração morreria de raiva dele. Mas ele é muito inteligente e está ficando milionário. Como ter raiva de alguém assim? Se ao assistir o filme você sentir o mesmo, bem-vindo ao clube. Você não é uma pessoa tão boa assim e é igualzinho à sociedade que costuma criticar.  


A história é baseada em fatos reais e Mark é o criador do Facebook. Custa caro ficar rico e isso é mais uma coisa para a gente pensar. Você pagaria o preço?


Em alguns momentos a história parece estar mais para drama psicológico. Para mim foi um drama psicológico. Dá pra entender um pouco da dor de todo mundo. Ser um gênio que enriquece  pode levar a pessoa a um deplorável estado de solidão.  Mark nos dá inveja, raiva e pena. Mistura improvável de sentimentos, mas isso existe. Experimente. 


Sabe outra coisa dolorosa? É descobrir que não há remédio para a mediocridade. Gênios já nascem prontos e se você não nasceu assim, não há nada que se possa fazer a respeito. Sorry, periferia! 


É evidente que o mundo dos gênios não é o mesmo do das pessoas comuns e se um gênio convive com alguém comum, em algum momento os caminhos irão se distanciar inexoravelmente. Sim, a história é uma overdose de vida cruel. 


Dói o coração ver o amigo de Mark ficar para trás mas a gente percebe que ele simplesmente não consegue alcançá-lo por melhor que seja como pessoa. Naquela loucura toda não há lugar para ele, ainda que ele seja honesto, bom, trabalhador e inteligente. Medianamente inteligente. É verdade: ser bonzinho não leva ninguém à glória do mundo nem faz com que o mercado lhe olhe com condescendência. Isso aqui é uma selva e não dá tempo pra pensar demais nem pesar questões morais. A história nao defende, de modo algum, a canalhice. Apenas mostra como as coisas são. 


A gente pensa o tempo todo: "Vale a pena?"


Li uma critica que dizia, brilhantemente, que "No fim das contas, embora o Facebook trate de conectividade, David Fincher está fazendo um filme sobre a dissonância. É como o ruído que persiste na trilha de Reznor, literal e metaforicamente."   É isso aí.


Fora a pena imensa que sentimos do sócio de Mark, ainda temos que sofrer também com um dó descomunal de ver ver dois irmãos gêmeos belíssimos, educadíssimos, finos, sarados, bons e inteligentes sofrerem horrores ao serem humilhados o tempo todo pelo QI e pela fraqueza moral de Mark.   Caramba!


Como eu já disse, é mesmo um drama psicológico. 


Essas foram as minhas impressões. Você provavelmente, terá outras. Pra mim, valeu.

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Biltiful

sábado, 22 de janeiro de 2011


Um filme bom e bonito com um ator bonito e bom. Mas como nem sempre as coisas são perfeitas, vou logo avisando: o filme é triste, triste, triiiiiiiste como ele só. E você verá muita cena de pobreza, lugares feios, cozinhas sujas, banheiros idem, kitinetes mal encaradas e tudo o mais.  Se você anda bem consigo e com a vida e não acalenta idéias de suicídio, então você está apto a encarar.

Não cheguei a chorar, mas deu aquele nó na garganta.

Vença as primeiras cenas. Vou te adiantar uma coisa: não é um filme sobre viadagem. Aviso isso porque há quem não goste de assistir filmes com histórias voltadas "para trás".

A história é sobre uma família, mais exatamente um pai, que ama demais os filhos mas é pobre pra caramba. A mãe deles não é má pessoa, mas é uma prostituta bipolar com a qual vocês não deixariam seus filhos nem por um dia.  Pra piorar as coisas ele descobre que tem uma doença gravíssima. O tempo todo a gente pensa: "Meu Deus, não tem solução pra isso não. Se eu fosse ele eu me matava. Que bosta de vida! E tem um monte de gente que vive assim. E essas crianças, como ficam?"

Calma. No final das contas há uma moral da história. Há uma mensagem doce e calmante nas entrelinhas e essa mensagem é boa. Uma dessas mensagens é explícita e foi proferida pela boca de uma amiga do personagem. Ela disse: "Você pensa que você cuida dos seus filhos? Que engano! O universo é que cuida deles."  Achei linda essa coisa de que mesmo que tudo pareça perdido, quando a gente planta amor  as coisas se ajeitam e tudo vai para o seu lugar. Você pode não acreditar nisso, mas é uma mensagem e serve pra muita gente.

Outro assunto do filme é a morte, que aqui não é tratada como coisa de assombração ou Sexta Feira 13. O filme diz, em outras palavras: pare de frescura e encare as coisas como elas são.

A morte ronda toda a nossa vida. Isso é muito natural. Ela está em cada esquina, em cada pensamento e em cada plano que fazemos. Ela é um personagem que entra no metrô, que faz compras, que passeia na praça, que toma um chope. Ela está lá, totalmente enturmada com nosso mundo e nosso povo. A morte, nesse filme, não passa de um acontecimento triste e inevitável e pare de ficar fingindo que ela não existe. Melhor encará-la sem chilique e com sabedoria porque dela ninguém escapa.

Gostei de como as coisas foram sendo mostradas.

Bem, não sei se expliquei direito mas o resumo é: gostei do filme. Assista.

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De pernas para o ar

sábado, 15 de janeiro de 2011

Não é lá essas Coca-Colas mas não me arrependi de ter assistido. Até ri!

Uma historinha simples, comum, sem grandes saltos criativos. E rende algumas risadas. Vi no cinema adolescentes morrendo de rir mas sinceramente, não vi essa graça toda. Mas como adolescente ri por nada e chora por nada, então deixa pra lá. Eles não servem como termômetro.

Ingrid Guimarães é ótima e está ótima. Tão ótima que nem precisa ser bonita. Maria Paula tem uma dicção péssima. Deveria tirar o ovo da boca.

O filme todo é sobre sexo. O filme todo induz as mulheres a comprarem "brinquedinhos" sexuais porque essa é a salvação da lavoura.  Nunca teve um orgasmo? Compre um vibrador.  Ai como a vida é simples no cinema...  Vibrador resolve casamento falido, solidão, infelicidade, falta de tempo...  Nunca pensei que um pinto de borracha tivesse tanto poder.   O governo deveria distribuir vibradores junto com as cestas básicas.

Não gostei das cenas (cada vez mais comuns em filmes) que sugerem o quanto é divertido usar drogas nas noitadas. Odeio quando os filmes mostram como é "engraçadinha" uma pessoa chapada. Não acho engraçadinho e não acho que deveriam fazer de conta que esse tipo de cena não induz as pessoas e olhar as drogas com condescendência.

Pois é: sexo é a salvação da lavoura, família é tudo de bom e drogas são uma travessurinha divertida. São as mensagens do filme.

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