"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

A fita branca

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Gostei mas não sei dizer exatamente por quê gostei. Li críticas que diziam que o filme é parado demais e longo. É longo e não tem corre-corre. É parado só aparentemente. Cada cena "parada" faz o cérebro da gente correr a mil, raciocinar, tentar entender.

A fotografia é maravilhosa. Todas as cenas são dignas de virar fotos impressas. Os atores são pra lá de excelentes. Não se vê maquiagem. A expressões dos rostos, a naturalidade da postura contida e tímida, o "jeito antigo de ser"... achei super interessante.  Sim, o filme é longo e "sem ação", mas ele puxa a gente para dentro da tela. Como não existe "ação", cada gesto, cada olhar e cada suspiro significam tudo! Não há correria: há INTENSIDADE. Absoluta intensidade.

Há mistério, há emoção, há um clima opressivo e tenso. Há rostos emocionados, apaixonados, com medo, irados, tristes, revoltados... A emoção salta da tela. Parece que conheço cada personagem desde criancinha. Cada rosto a gente acaba decorando. Nada nos distrai desse ralo que puxa tudo para si.

Só não gostei do final. Mas acho que entendo por quê a história acabou como acabou. A tônica não era o mistério em si. A tônica era: será que aquela postura intolerante, punitiva e sem misericórdia não seria o germe do nazismo já se manifestando?  Sim, esse é o tema do filme desde o começo.

Bem, eu gostei mas não garanto que você vá gostar. Arrisque

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