"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

Planeta dos Macacos - a origem

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Decepção.

Pensei que assistiria a uma espécie de Avatar peludo mas quebrei a cara.

Nunca gostei muito de macaco. Acho macaco um bicho feio de doer. Tão feio e fedorento que prefiro manter distância. Por isso nunca dei atenção à antiquíssima série Planeta dos Macacos.

Pensei que esse filme seria um Planeta dos Macacos melhorado, com super efeitos especiais, algo a ser lembrado no futuro, uma história mais envolvente. Na verdade a história é boa, mas é interpretada da pior forma possível, a ponto de ser ridícula em alguns momentos.  O que vemos, em suma, é uma história que começa bem, promete crescer mas broxa em seguida, descambando para o estilo mais furreca de Seção da Tarde.

No final, mas no final mesmo, a bobajada deixa um material interessante para reflexão. É o que quase salva o filme. É a grande sacada, só que o filme não é salvo pela lição final. Desperdiçaram a idéia. Ô raça! (refiro-me aos humanos).

Em alguns momentos nos sentimos irritados; em outros nós temos que rir do ridículo que vemos. Na verdade tudo o que você vai ver, você já viu em outros filmes, só que com personagens humanos. As cenas de cárcere e tantas outras são clichês demais!

Imaginem macacos trancafiados em prisões para serem usados em experiências científicas. Até aí tudo bem. Mas imaginem um "carcereiro" que se comporta como se eles fossem gente, que pega implicância com um, castiga o outro. O carcereiro vive lançando para os macacos hora olhares irados, hora olhares ameaçadores e às vezes até olhares ressentidos. Pelamordedéus!  Igualzinho aos mais manjados filmes de presídio. Imagine um carcereiro na vida real falando para os macacos coisas como "você é muito engraçadinho... vai se ver comigo..." ou "não vi graça nenhuma!"  Não dá pra aguentar.  São numerosas as cenas em que o diretor se perde e não sabe mais se está contando uma história para adultos ou para crianças de seis anos de idade.

Chega a ser cômico o jeito de herói do "macaco inteligente". Tem horas que parece que estou vendo o Bruce Willis antes da depilação.  As caras e bocas que o "macaco principal" faz são copiadas dos piores chavões da dramaturgia.

Fui assistir porque me disseram que era excelente e que tinha uma tremenda lição. Tá bom, tem lição, mas pra excelente falta muuuuito.


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Apollo 18

domingo, 11 de setembro de 2011

Muitos pontos em comum com Alien, o Oitavo Passageiro, só que nesse filme a gente começa acreditando; jura que está vendo um documentário.

Um filme como esse é a melhor vingança contra o Governo, com sua mania de sonegar informações do povo. A coisa funciona assim : "Ah, não quer dizer como foi? Pois deixa que a gente explica, e do nosso jeito. E olha que o povão acaba acreditando!"

A história é: missão secreta à lua acaba mal e o Governo só presta às famílias das vítimas  explicações irritantemente burocráticas.

A NASA não gostou nada dessa criatividade na cola do seu silêncio e reagiu dizendo que o filme não é um documentário, mas uma obra de ficção e que eles não têm nada a ver com isso. Tipo "não fui eu, tio! Eu sou trabalhador pai de família!"    

Não quero influenciar você, mas acho que tem caroço nesse angú!

Com ou sem desmentidos, aos expectadores o que conta mesmo são as palavras de Bob Weinstein, presidente da presidente da Dimension Films, de que a película contém sim trechos de filmagens reais - que seriam obviamente sigilosas. 

Como ele conseguiu isso? Não sei. Ele mentiria assim tão descaradamente mesmo podendo haver implicações jurídicas? Não sei também.  E não quero saber. O filme funciona, prende a gente do começo ao fim. E ainda tem uns lances com os russos e tal e tal. 

Em minha opinião eles poderiam ter explorado melhor o tema. A história começa "vida real"  mas termina Spielberg demais. Acho que não combina muito. Ao invés de apelarem para alguma doença lunar, algum delírio causado por gases desconhecidos ou coisa assim, preferiram pedir ajuda ao "oitavo passageiro". Fraco né? Mas que isso não te tire da rota do cinema.

Mensagens do filme: 

1) Jamais confie no Governo; 
2) Outros podem estar lucrando com o seu heroísmo;
3) Voe, mas não tão alto;
4) Larga de ser curioso, cara!
5) Cheque suas cuecas antes de vesti-las.
6) Antes só do que com um amigo bichado.

Recomendo.

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O Homem do Futuro

domingo, 4 de setembro de 2011



O filme é muito legal. Só não vou dizer que é uma história "muito criativa" porque não é.  Ele é uma cópia do famozézimo De Volta Para o Futuro. É um De Volta a lá brasileira, com orçamento menor e em português. E tem um romance legalzinho no meio.

Não vejo nada de mais em copiar, desde que não avacalhem a idéia original. Aqui copiaram o lance da viagem no tempo, mas houve criatividade no resto e ficou muito bom.  Não copiaram tuuudo.

Essa é a diferença maior do original: em "De Volta..."  o assunto era a máquina; aqui, o assunto é o romance.  A coisa funcionou. Além do mais, a maravilhosa e inesquecível trilogia do Spilberg não foi vista pela galera mais jovem, então eles nem vão sacar o "Control C Control V"

Wagner Moura já deve estar de saco cheio de ser chamado de Capitão Nascimento. Ele está se esforçando pra caramba para deixar pra trás esse fantasma.

Está dando certo.

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