"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

O grande desafio

quarta-feira, 24 de março de 2010

Há filmes de luta, filmes de cães, de vampiros, de superação, de romance, de guerra, de espionagem... Esse é um filme de negros.

Gosto de filmes que contam a história de luta dos negros dos Estados Unidos. Gosto, exceto pelo fato de que como brasileira me sinto uma porcaria. Eles se uniram, meteram a cara, exigiram e alcançaram respeito. E nós?  Temos militantes de causas justas? Onde?  Quando falam em "luta social" no Brasil o que me vem à mente é um monte de vagabundos que vivem de pilhar, assustar, roubar, depredar, entrar em plantações e destruir tudo, derrubar árvores frutíferas, queimar tratores, barbarizar, intimidar e tudo o mais. Tudo o que os nossos "grandes lutadores" sabem fazer é transformar terras produtivas ou não em lotes de favela para venda.  Você sabe de quem estou falando.

Como ia dizendo...  Sim, gosto de filmes de negros e esse também é interessante, embora não seja apaixonante. O que mais me agradou nele foi saber que era baseado em uma história real. Fora isso, é apenas bom.

Trata sobre o quê? Sobre o poder incontestável da oratória.  Dominar as palavras é de fato uma arte. Palavras são como potros selvagens e quem os domina tem em suas mãos um poder muito pouco divulgado mas incontestável.  Porque palavras, frases, discursos brilhantes, tem um poder incrível sobre as pessoas; mina tanto mentes quanto corações; muda posturas, captura almas, cala oponentes, ridiculariza inimigos, conquista adeptos. Quem tem a mente, tem tudo.  Calro que, como toda forma de poder, pode ser manipulado e usado para o mal.  Pois é. Mas o certo é que as palavras trabalham como escravas para o bem estar de quem as conquistou e domina.

O tema "o poder da oratória" (poderia ser o nome do filme) é mostrado aqui através da história de um professor universitário inteligente e pouco ortodoxo, engajado em causas políticas,  que influencia profundamente seus alunos, mais especificamente três deles, que se tornam brilhantes debatedores de teses.

É isso.

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Guerra ao Terror

sexta-feira, 19 de março de 2010

Pega mal pra caramba dizer que um filme desse "não é lá essas coisas". Com estatueta enfiada em tudo o que é buraco, a gente se sente até no dever de dizer que gostou.

Mesmo o filme não sendo uma merda, fico a imaginar o que viram nele de tão  "Oohhh!" pra receber aquela "Oscarada" toda. Tudo bem:

1) O elenco trabalha muito bem;
2) O filme é bem tenso o tempo todo. Tem suspense;
3) Hmm... Mais nada.

Na verdade trata-se de um filme sem história. Sério! Ele não conta a história de nenhum personagem em particular. Também não conta a história daquele pelotão, nem da localidade, nem da guerra em si.   O filme se resume no seguinte: mostrar o quanto a profissão de desarmador de bombas é escrota. Sim, os caras são bons, são muito machos. Mas acho que isso poderia ser mostrado de uma forma mais cativante. Ah, e mostra que a guerra vicia. Pois é.

Depois da tensão inicial das três primeiras horas de filme, meu "poder assustandi" arrefeceu e dei umas boas dormidas nas 5 horas seguintes. Havia um monte de bomba montada e desmontada, explodindo e "desexplodindo" , aí mais uma soneca, mais bombas, sangue... aí veio a não-historinha de 10 minutos do ator principal, que gostava mais de bomba do que de mulher e... THE END!

Não estou dizendo que o filme é ruim, mas ele é assim... sabe como... meio... não digo "chato".... talvez com muita pretensão de ser diferente... Sei lá, entende?  Mas pra Oscar não dava. Acho que deliraram. Além do mais, tem mais  um detalhe: agora que virou moda (não deveria virar!) resolveram abusar da câmera na mão. Não havia necessidade alguma de ter a imagem balançando o tempo todo. Isso irrita e só se justifica quando se justifica.  Guerra ao Terror não se trata de nenhum documentário ou coisa assim. Sobre isso eu li, no Ronaldo Passarinho (Blog de Cinema) que "David Bordwell, o mais imparcial dos críticos, reclama do abuso de câmeras na mão e sente saudade do bom e velho tripé. E sei disso porque eu também sinto..." 

Ainda no mesmo blog, Ronaldo Passarinho diz, muito acertadamente que:


"Se a trama de “Guerra ao Terror” fosse ambientada em uma galáxia distante, em um futuro remoto, será que o filme teria levado tantas estatuetas no Oscar, inclusive a de melhor filme? Acho que teria tantas chances quanto “Distrito 9”. Ficção-científica por ficção-científica, a Academia ficaria com “Avatar”. Por melhor que seja, o filme de Kathryn Bigelow foi premiado por se passar agora e logo ali, no Iraque.  Não há nada de surpreendente nisso. Por critérios estritamente cinematográficos, acho difícil que algum dos concorrentes desbancasse “Bastardos Inglórios”. Mas nenhuma premiação no mundo se baseia em critérios estritamente cinematográficos. Até por que não existe consenso sobre quais sejam esses critérios. Não sou relativista. Acredito em valores absolutos (ou pelo menos na validade da ficção de que existem valores absolutos)..."

Li também uma crítica falando maravilhas desse filme. Para vocês terem a chance de ver o outro lado, lá vai opinião de um deslumbrado cinéfilo:

"...  ...  O filme afirma que a guerra é uma droga, porque ela vicia. James desativa bombas sem o equipamento de segurança, fica incomunicável de propósito, tenta desarmar o explosivo de uma bomba-relógio, minutos antes dela explodir. Só pela adrenalina, para saciar o vício. Bigelow não julga essa escolha. Ela sabe que é uma escolha. Não estamos falando de um patriota que está no campo de batalha pelo o amor ao país acima de tudo. Mas, sim, de um homem que precisa estar lá, precisa arriscar sua vida, para continuar vivendo. E em uma guerra irresponsável e sem muito sentido de ser, um homem-máquina se torna mais importante do que um patriota com amor à vida..."  e tal e tal. É, tem a ver...    LEIA o resto clicando AQUI.



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Simplesmente Complicado

quinta-feira, 4 de março de 2010


Sim, é mais uma comédia romântica. Não que isso seja mau sinal. É um estilo muito apreciado pelo público, e nele me incluo.

A vida real é um drama romântico. Às vezes é uma tragédia romântica. Romance, na vida real, é algo pesado e sofrido. Creio que por esse motivo é que este estilo cinematográfico faz sucesso: ele consegue desdramatizar o tema. Esses filmes amenizam o tema de sobre os nossos ombros.

Gente, a Meryl Streep  é demais! Ela é capaz de mudar a expressão do rosto em um estalar de dedos e com maestria demonstrar alegria, inveja, tristeza, angústia, paixão, incômodo, pressa... tudo!  Podemos dizer que ela é o extremo oposto de Arnold Schwarzenegger que usa uma máscara única para todos os personagens e essa máscara dele quer dizer simplesmente NADA. Arnoldo não tem expressão alguma, é um zero à esquerda. Meryl não: ela é o sonho de qualquer diretor.

Vamos dar a mão à palmatória: é quase impossível fazer uma comédia romântica sem cair em alguns lugares-comuns. Reclamo quando isso é excessivo e torna tudo chato e previsível. Não é o caso de Simplesmente Complicado. Uma coisinha para perdoar aqui ou ali,  mas nada que prejudique o todo. E o todo é muito legal.

A história é divertida, rende várias risadas. Alec Baldwin é o cinismo em pessoa e está melhorando como ator à medida em que fica mais velho (e mais gordo).

Dá licença, caiu uma chave aqui no chão:  Alec Baldwin era, seguramente, um dos homens mais lindos do cinema recente. Comparando fotos, dá de 5 a zero no Brad Pitt. Se você é muito jovem, não tem noção do deus grego que ele era. Vai ao final uma foto, só para você sofrer. Ou se alegrar, caso você esteja pior do que ele.  E por falar em sofrer, um dos momentos mais dolorosos da história é quando o ex-lindíssimo Alec mostra o corpo, mais especificamente a barriga. Cara... para quem lembra de como ele era, dá até um nó na garganta. Ele era um tanquinho!

Bem, fofoquinhas estéticas àparte, digo oficialmente que gostei muito do filme.  Além do mais ele lava a alma e dá uma injetada de esperança em todas as mulheres que um dia foram traídas, passaram da flor da idade e agora estão sós.  Por que não acreditar que aquilo tudo acontece na vida real?


E agora, Alec Baldwin ANTE e DEPOIS.
(yupiiii!  Não sou só eu que envelheço!)


 


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