"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

Operação Valquíria

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009


Jamais presuma que o assunto “Segunda Guerra” esgotou-se.

Você já tinha ouvido falar na Operação Valquíria? Seus professores nunca entraram nesse assunto? Normal. Eu também estava por fora.
O filme conta a história do Coronel Claus Von Stauffenberg, que volta da África à Alemanha e se envolve em uma conspiração para acabar com a ditadura em seu país e para isso se utilizariam da Operação Valquíria, uma medida de emergência já prevista pelo próprio governo para o caso extremo de Hitlher ser assassinado devido a um um golpe de estado. Bem, para a Operação Valquíria ser desencadeada, Hitler precisava ser realmente assassinado se não, não haveria a adesão de nenhum líder.
Não deixa de ser um grande mérito conseguir manter todo mundo em suspense mesmo quando todos estão carecas de saber o final da história. Quem não sabe como Hitler morreu?

Tom Cruise faz a sua parte. Jamais o considerei um grande ator e ainda não foi dessa vez que mudei de idéia. Acho que o melhor filme que ele já fez foi Entrevista com o Vampiro, um filme que adorei (recomendo!) . Mas tudo bem: embora ele não brilhe em Operação Valquíria, também não atrapalha como Claus von Stauffenberg, personagem principal.

Um dos méritos do filme é que durante décadas ficou no ar uma imagem muito negativa dos alemães, de um modo geral. Tanto pelos episódios macabros da segunda guerra quanto pela interminável seqüência de filmes que sempre os apontavam como um povo sem coração, frio e de olhar azul e gélido. Schumaker simpatia zero nunca ajudou. O idioma também não. Pelo menos ao meus ouvidos o alemão soa bruto demais, ao contrário do francês, italiano e espanhol, charmosos e sensuais, quase musicais.

É repetido no filme, com justiça: “Precisamos mostrar ao mundo que nem todos somos como eles”.
Ta certo. Bom termos em mente que houve uma resistência ao regime, houve alemães indignados e corajosos que deram suas vidas tentando deter aquele maluco.
Vale a pena assistir.

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Ensaio sobre a cegueira

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009


Assisti por dois motivos: por ser baseado no livro do famozézimo escritor José de Saramago e porque uma amiga jurou de pé junto que era excelente. Confiei.

Normalmente não tenho dificuldade alguma em comentar um filme. É só dizer o que achei. Só que até agora não sei direito o que achei. Estranho, né? O filme também é estranho.

Não posso dizer que tenha sido um filme ruim. É um filme tenso, bem bolado, o desempenho dos atores é muito bom... Como então seria ruim?

Por outro lado como eu chamaria de "super legal, bom, excelente" se é repleto de cenas insuportáveis, excessivamente feias, nojentas, violentas, incômodas, emocionalmente cansativas, repulsivas... Isso pode ser chamado de bom? Não é agradável. Dá vontade de sair da sala. Cansa a beleza da gente ficar olhando aquele desfilar sem fim de esquisitices.

Se eu fosse definir o filme com uma palavra apenas eu diria INCÔMODO.

A idéia central é uma metáfora interessante, um "imagine se..."

O autor leva às últimas consequências a idéia de em que nos transformaríamos (ou o que afloraria em nós) se perdêssemos a visão. Não somente a visão; o tema é elástico e pode estender-se facilmente em uma mesa de bar). Poderia ser a visão, poderia ser o olfato, audição... Se um item qualquer fosse alterado em nós, o que aconteceria? Quem somos realmente? Essa é a idéia. Não deixa de ser instigante mas não chega a ser a descoberta da pólvora.

Disseram que o livro é maravilhoso. Só posso concluir que a idéia funciona melhor no papel. Como filme, não chega lá.

Foi menos do que eu esperava. Está na recém criada categoria "Sei lá".

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