"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

Bruna Surfistinha

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Um filme sobre uma garota que resolve sair da casa dos pais e alcançar sua independência financeira prostituindo-se. História de uma vida real, essa garota hoje está famosa, já lançou livro e foi entrevistada em programas de televisão. Na minha opinião, com esse caldo todo, o filme tinha tudo para ser uma porcaria. Mas não é.

A película conseguiu a façanha de não fazer apologia da prostituição e ao mesmo tempo não ser moralista. Tem aquele cara de realidade, de relato isento, que não puxa a sardinha nem pra cá nem pra lá. Dessa forma  cativa o espectador.

Como o filme conta a história de uma garota que mergulhou no mundo do sexo, obviamente há cenas de nudez e de sexo, mas sem a sutileza da sensualidade nem a crueza envolvente e excitante do erotismo. As cenas de sexo são quase todas deprimentes.

Sendo assim, decepciona-se quem vai assistir Bruna Surfistinha pensando que vai encontrar um filme erótico. Tudo é cru, sem glamour e pé no chão. Nem mesmo aquele humor sacana dos antigos filmes nacionais nós encontramos. O que vemos é uma história sem enfeites. Tudo está a dizer o tempo todo que  "é assim que são as coisas, é assim que funciona esse mundo."  Até mesmo quando Bruna está no auge do "sucesso" fica claro que apenas ela não enxerga que aquilo tudo está acabando com ela e que daqui a pouco ela vai estar na merda.

Como também não há ranço moralista fica mais fácil assistirmos desarmados e, portanto, raciocinarmos por nós mesmos que a prostituição é um terreno escorregadio, que é quase impossível encarar tanta nojeira de cara limpa, que todo o "sucesso" nessa área é tolo e volátil e que as mesmas drogas que ajudam a encarar o "trabalho" serão as causadoras de toda sorte de ruína, inclusive a financeira. Entrar nessa é, portanto, uma cilada.

Claro que a história também pode ser percebida de outra forma. Afinal de contas Bruna não morreu, conseguiu sair da prostituiçao, ficou famosa e está em um relacionamento estável.  Pode até parecer para alguma garota incauta que é simples e frequente sair de toda aquela porcaria sem sequelas. Não é.

O filme é muito bom e a Débora Secco se saiu muito bem.

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Cisne Negro

sábado, 26 de fevereiro de 2011


Vai acabar ganhando o Oscar de melhor atriz. Nem por isso gostei do filme.

"No filme de Darren Aronofsky, Nina Sayers (Natalie Portman), que conquistou o papel da princesa Odete (no “Lago dos Cisnes”), não consegue convencer o director Leroy (Vincent Cassel) de que possui também um lado negro para representar a princesa má, Odile (o cisne negro). A dualidade exigida pelo papel não é fácil para Nina" e para nos mostrar isso toda a sorte de piração aparece na tela.  A garota é doidinha da silva. Por isso o filme é um rosário de maluquice que, por fim, enche o saco. 

Haja paciência para os pitis, chiliques e chororô de Nina.  A garota é só osso e lágrima. Passa o filme todo com a sobrancelha na vertical, cara de enterro e vendo fantasma.

Mesmo se tratando de balé o filme é todo feio, exceto as últimas cenas, com a apresentação do espetáculo. Toda a história se passa em ambiente fechado e quase todos os lugares são feios e descoloridos.   Pra completar é o seguinte: não entendo de balé mas tenho olhos e sensibilidade (apesar dessa postagem) e não achei lá essas coisas as cenas de balé. Já assisti vários balés com movimentos muito mais leves, difíceis, perfeitos e encantadores. No filme todo mundo parecia pesado, "sem vôo".

Tá, admito, Natalie trabalhou muito bem. E se for para ela parar de chorar acho que devem dar logo um Oscar pra ela e mandar dormir.

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Bravura indômita

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dizem por aí que está sendo muito aplaudido. Sinceridade? Mesmo estando vestido para o Oscar com sua excelente fotografia eu não vi nada de OHH! nesse filme.

Além da fotografia também temos atores ótimos e personagens interessantes, todos com personalidade própria. Certo, mas e a história em si?

Há uma história mas ela não está à altura da produção.

A atriz principal, uma menina de 14 anos, é um espanto. Cheia de desenvoltura, se expressa muito bem, sabe ler (naquele tempo, naquele lugar). É uma sabe-tudo. Os adultos é que são burrinhos. O filme não explica como é que naquelas plagas empoeiradas encontraram uma menina prodígio daquela. Vá lá, isso não é grave. Mas realmente não entendi como é que na história ela é tida como feia mesmo sendo tão bonita.  Ao invés de tentar fazer o expectador achá-la feia, não seria melhor contratar outra menina menos graciosa? Gente feia é o que mais tem nesse mundo de meu Deus.

A gente assiste todinho o filme porque jura que com toda aquela bagagem o final vai ser com fecho de ouro. Anote aí:  fecho de cobre.

Eu iria adorar se, ao assistir esse filme, eu nunca tivese visto outro faroeste na vida. Só que já vi muitos e posso afirmar: nesse estilo já vi coisa muito, mas muito, mas muuuuito melhor. Quer um exemplo: assista "O ASSASSINATO DE JESSE JAMES PELO COVARDE ROBERT FORD". Esse sim é um tremendo filmaço.



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Ritual

domingo, 13 de fevereiro de 2011


Existe o drama romântico, o drama de guerra, o drama psicológico... e o drama espiritual.  Ritual é, definitivamente, um "drama espiritual".

Vou logo prevenindo: o filme não é especialmente impressionante em nada. É tão comum que até chamaram o Anthony Hopkins para emprestar-lhe credibilidade. Só para você ter idéia da apelação, ele aparece no cartaz do filme mas nem é o personagem principal.

Tudo bem, a historinha tem lá o seu mérito. Foi baseada em uma história real. Além do mais, evitaram  os conhecidos shows de efeitos especiais, tudo isso para levar os espectadores a refletirem na questão principal da história, não em imagens horripilantes.   Sei lá se isso tem mesmo algum mérito mas é fato que não apelar para efeitos especiais parece ter o mesmo valor de não apelas para cenas de sexo.

E qual é a questão central da história? A questão é: por que será que tem gente que simplesmente não consegue expulsar um demônio e outros conseguem? Qual o "segredo do sucesso?"  

Sim, apesar de dar mil voltas e enrolar um bocado, por fim somos brindados com uma mensagem que pretende justificar toda aquela canseira com o Diabo. A mensagem é:  sem fé em Deus, você vira fantoche na mão do Diabo. Se você não se entregar a Deus, não vai adiantar rezas, água benta nem nenhum tipo de apetrecho religioso. O Diabo não tem medo de nada disso. Ele só teme uma coisa: uma pessoa realmente comprometida com Deus, com fé e um vínculo real com Deus, não com a igreja.

Pelo menos é verdade.

Nada mais restando a ser dito, encerro aqui meu comentário.

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Santuário

sábado, 12 de fevereiro de 2011


Suspense de primeira qualidade. Pense em um filme tenso!

Visualmente o filme é dez. E nos demais quesitos também.  O "defeito" é que você simplesmente não consegue relaxar.

Estou arrependida por não ter assistido em três dimensões. Acho que vou voltar ao cinema e assistir de novo como manda o figurino. Dá pra notar, desde as primeiras cenas, que ele foi feito para 3D e é um tremendo desperdício abrir mão disso.  Tipo Avatar.

A idéia desse filme é não deixar ninguém assistir "de camarote".  Toda a armação é no sentido de te colocar dentro da cena para você fazer parte da equipe de mergulho, sentir o drama, o medo, mergulhar, sentir frio, claustrofobia, penar junto enfim.

Claro que detectei uns lugares comuns, mas nada estragasse o conjunto. Sabe aquele lance de filho que não gosta do pai mas que em meio à crise acaba descobrindo que o velho era dez? Pois é. Sabe o sem-caráter egoísta que não pensa nos outros? Também tem.

Efeito colateral: vou pensar duas vezes antes de me meter novamente em um passeio que inclua mergulho ou qualquer proposta para dar umas voltinhas em alguma caverna. E eu que estava pensando em conhecer Bonito, em Goiás. Eu hein!

A  única coisa que não entendi na história é: pra quê se meter numa dessa?

Não recomendado para cardíacos.

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Caça às Bruxas

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

 Felizmente ainda não inventaram filmes com cheiro, se não a gente iria morrer com mais essa história ambientada na Idade Média, onde todo mundo é ensebado, arrepiado e visivelmente fedorento.

Sim, esse é mais um daqueles filmes fedorentos tendo o Capeta como ator coadjuvante. Do tipo que você sai do cinema jurando que já viu tudo aquilo.

Não vou dizer pra você "não assista". Assista. Só não espere surpresas.  A idéia é: vá sabendo que o filme é exatamente como você imagina que é. Não surpreende em nada, embora não chegue a ser chato.

O estilo é aventura. No começo ele faz de conta que vai ser de terror mas muda de idéia. Depois ele tenta ser de suspense, mas não consegue.

Bons atores, efeitos especiais bem feitos e blá blá blá mas houve também umas pisadas de bola feias.  Difícil engolir o total desprezo pela questão emocional dos personagens.  Tá certo que não vamos colocar nesse tipo de história questões profundas de psicologia mas há limite para a vista grossa.

Imagine: em meio a uma daquelas guerras cruas e horrorosas os personagens agem como se estivessem brincando. Enquanto enfiam espadas nos outros como se fossem feitos de sabão, ainda  conseguem conversar e trocar umas piadinhas. E tem mais: depois de passar a vida matando gente como quem mata pulga, na maior naturalidade, um dia dá um tilt no cérebro do protagonista.  Sem mais nem menos ele fica chocadinho ao matar acidentalmente uma moça.  Não sei por quê a morte de uma piriguete seria mais importante do que a morte de milhares de pais de família.  Mas sim, nesse momento ele entra em crisezinha moral, vira sensível e começa a achar que é muito feio sair por aí matando os infiéis e que não é possível que Deus se divirta com isso.  Vá tomar banho!

Ah: o filme é com o Nicolas Cage. As expressão do rosto é aquela que a gente já conhece. A única mudança significativa é que ele parece ter engordado...

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