"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

Guerra ao Terror

sexta-feira, 19 de março de 2010

Pega mal pra caramba dizer que um filme desse "não é lá essas coisas". Com estatueta enfiada em tudo o que é buraco, a gente se sente até no dever de dizer que gostou.

Mesmo o filme não sendo uma merda, fico a imaginar o que viram nele de tão  "Oohhh!" pra receber aquela "Oscarada" toda. Tudo bem:

1) O elenco trabalha muito bem;
2) O filme é bem tenso o tempo todo. Tem suspense;
3) Hmm... Mais nada.

Na verdade trata-se de um filme sem história. Sério! Ele não conta a história de nenhum personagem em particular. Também não conta a história daquele pelotão, nem da localidade, nem da guerra em si.   O filme se resume no seguinte: mostrar o quanto a profissão de desarmador de bombas é escrota. Sim, os caras são bons, são muito machos. Mas acho que isso poderia ser mostrado de uma forma mais cativante. Ah, e mostra que a guerra vicia. Pois é.

Depois da tensão inicial das três primeiras horas de filme, meu "poder assustandi" arrefeceu e dei umas boas dormidas nas 5 horas seguintes. Havia um monte de bomba montada e desmontada, explodindo e "desexplodindo" , aí mais uma soneca, mais bombas, sangue... aí veio a não-historinha de 10 minutos do ator principal, que gostava mais de bomba do que de mulher e... THE END!

Não estou dizendo que o filme é ruim, mas ele é assim... sabe como... meio... não digo "chato".... talvez com muita pretensão de ser diferente... Sei lá, entende?  Mas pra Oscar não dava. Acho que deliraram. Além do mais, tem mais  um detalhe: agora que virou moda (não deveria virar!) resolveram abusar da câmera na mão. Não havia necessidade alguma de ter a imagem balançando o tempo todo. Isso irrita e só se justifica quando se justifica.  Guerra ao Terror não se trata de nenhum documentário ou coisa assim. Sobre isso eu li, no Ronaldo Passarinho (Blog de Cinema) que "David Bordwell, o mais imparcial dos críticos, reclama do abuso de câmeras na mão e sente saudade do bom e velho tripé. E sei disso porque eu também sinto..." 

Ainda no mesmo blog, Ronaldo Passarinho diz, muito acertadamente que:


"Se a trama de “Guerra ao Terror” fosse ambientada em uma galáxia distante, em um futuro remoto, será que o filme teria levado tantas estatuetas no Oscar, inclusive a de melhor filme? Acho que teria tantas chances quanto “Distrito 9”. Ficção-científica por ficção-científica, a Academia ficaria com “Avatar”. Por melhor que seja, o filme de Kathryn Bigelow foi premiado por se passar agora e logo ali, no Iraque.  Não há nada de surpreendente nisso. Por critérios estritamente cinematográficos, acho difícil que algum dos concorrentes desbancasse “Bastardos Inglórios”. Mas nenhuma premiação no mundo se baseia em critérios estritamente cinematográficos. Até por que não existe consenso sobre quais sejam esses critérios. Não sou relativista. Acredito em valores absolutos (ou pelo menos na validade da ficção de que existem valores absolutos)..."

Li também uma crítica falando maravilhas desse filme. Para vocês terem a chance de ver o outro lado, lá vai opinião de um deslumbrado cinéfilo:

"...  ...  O filme afirma que a guerra é uma droga, porque ela vicia. James desativa bombas sem o equipamento de segurança, fica incomunicável de propósito, tenta desarmar o explosivo de uma bomba-relógio, minutos antes dela explodir. Só pela adrenalina, para saciar o vício. Bigelow não julga essa escolha. Ela sabe que é uma escolha. Não estamos falando de um patriota que está no campo de batalha pelo o amor ao país acima de tudo. Mas, sim, de um homem que precisa estar lá, precisa arriscar sua vida, para continuar vivendo. E em uma guerra irresponsável e sem muito sentido de ser, um homem-máquina se torna mais importante do que um patriota com amor à vida..."  e tal e tal. É, tem a ver...    LEIA o resto clicando AQUI.



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