"De maneira mais genérica, uma criatura onisciente nunca perderia seu tempo vendo um filme, uma vez que já conhece o final. Não existe cinema para Deus. E, por conseguinte, ele, que não obstante sabe tudo, não sabe o que está perdendo..."

Ollivier Pourriol, no livro Cine Filô.

Comentários da Cristina Faraon

Blá...blá... blá...

Amor sem escalas

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

1) O título não tem nada a ver;

2) Não é uma comédia romântica.

3) Aliás, não é romântico. Nem comédia.

4) Não consegui ainda ver qual qualidade do filme o levou a ser indicado ao Oscar. Colocá-lo na mesma lista de Up-Altas Aventuras, Avatar e Bastardos Inglórios é brincadeira!

5) George Clooney indicado ao Oscar de melhor ator por ESTE trabalho? Que trabalho? Ele interpretou um cara bem sucedido, coroa, solteiro convicto, atraente. Qual a dificuldade? Interpretou a si mesmo! Se me derem um papel em um filme no qual eu tenha que ser eu, ganho o Oscar também?  Não digo que ele seja um mau ator. Não é. Só que esse papel é simpléeeeeerrimo, raso, com grau de dificuldade  quase zero. Oscar?! Me poupe.

Sabe qual o antídoto para mordida de cobra venenosa? O próprio veneno da cobra. Oh! Pois é essa a "grande idéia" do filme.   Pra não incorrer em nenhum lugar-comum manjadérrimo, o que fizeram?  Hã hã! Encheram a história de lugares comuns (situações manjadas que você já viu por aí) e trataram de desbancar um por um. Quando a coisa ia para onde você sabia que ia, a história dá uma guinada. Foi isso o tempo todo: fazer você dizer "já sei o que vai acontecer" e te enganar. Tipo "PEGUEI VOCÊ!"

Bãããã! Que máximo! Parece dever de casa pra aprendiz de cineasta.

Tudo bem, eles venceram: me pegaram em todas. Só que isso não transforma um filmeco num filmaço.

A história tem começo, meio e fim. Legal, não é como filme francês que termina no meio do nada absoluto e mata todo mundo de raiva.  Mesmo assim a gente fica com a impressão de que o avião da história não aterrissa nunca em lugar algum. Tentaram dar uma moral da história mas ... ficou com gosto de história sem moral, que não diz, não chega. Sabe quando a gente come mas continua com fome e com os dentes limpos? Pois é. Não é bem sobre amor, não é bem sobre amizade, não é bem sobre...  nada.

Não curti.

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Agora o comentário do Rafa:

Eu achei um ótimo filme! Do mesmo diretor de Obrigado por Fumar (um dos meus filmes preferidos!) Ele segue a mesma linha com diálogos muito bem escritos e argumentos muito bem defendidos.

Realmente não era para Oscar, acho que só entrou porque este ano a lista teve 10 filmes! E o George fez um ótimo trabalho, mas realmente sem dificuldade alguma.

O final não é dos melhores, mas pelo menos a repetitiva fórmula de Holywood não está lá, aquela da redenção do protagonista que se arrepende de todos os seus pecados, conhece o amor da sua vida e vive feliz para sempre. Já vimos isso o suficiente...

Tudo bem, eu confesso, estava a mais de 2 meses sem ir no cinema e ontem fui, talvez por isso tenha curtido tanto o filme e a saída.

2 comentários:

Cristina Faraon 9 de fevereiro de 2010 às 05:16  

Caramba, 6 indicações para o Oscar!!!
Devo ter mesmo um coração de rocha... Vai ver que o sucesso tem a ver com o fato de que muitas pessoas, após assistirem o filme, terem se enchido de novas esperanças. Só que eu acho que no quesito "dar esperança" nenhum filme supera À PROCURA DA FELICIDADE - este sim lindo, tocante, comovente. Dá de 10 a zero em Amor sem Escalas.

Anônimo 9 de fevereiro de 2010 às 06:50  

Realmente não merece essas indicações. Não é um filme nada demais, e só quem foi muito bem foi a a atriz Anna Kendrick, indicada para melhor atriz coadjuvante.

No mais, hás de convir que comparar este filme com à procura da felicidade é o mesmo que comparar X-men com A lista de Schindler: Não tem NADA a ver um com o outro.

né ?

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