Ensaio sobre a cegueira
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Assisti por dois motivos: por ser baseado no livro do famozézimo escritor José de Saramago e porque uma amiga jurou de pé junto que era excelente. Confiei.
Normalmente não tenho dificuldade alguma em comentar um filme. É só dizer o que achei. Só que até agora não sei direito o que achei. Estranho, né? O filme também é estranho.
Não posso dizer que tenha sido um filme ruim. É um filme tenso, bem bolado, o desempenho dos atores é muito bom... Como então seria ruim?
Por outro lado como eu chamaria de "super legal, bom, excelente" se é repleto de cenas insuportáveis, excessivamente feias, nojentas, violentas, incômodas, emocionalmente cansativas, repulsivas... Isso pode ser chamado de bom? Não é agradável. Dá vontade de sair da sala. Cansa a beleza da gente ficar olhando aquele desfilar sem fim de esquisitices.
Se eu fosse definir o filme com uma palavra apenas eu diria INCÔMODO.
A idéia central é uma metáfora interessante, um "imagine se..."
O autor leva às últimas consequências a idéia de em que nos transformaríamos (ou o que afloraria em nós) se perdêssemos a visão. Não somente a visão; o tema é elástico e pode estender-se facilmente em uma mesa de bar). Poderia ser a visão, poderia ser o olfato, audição... Se um item qualquer fosse alterado em nós, o que aconteceria? Quem somos realmente? Essa é a idéia. Não deixa de ser instigante mas não chega a ser a descoberta da pólvora.
Disseram que o livro é maravilhoso. Só posso concluir que a idéia funciona melhor no papel. Como filme, não chega lá.
Foi menos do que eu esperava. Está na recém criada categoria "Sei lá".
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