FEDERAL
sábado, 27 de novembro de 2010
Chega a ser engraçado de tão ruim. Quer dizer: ou você morre de rir ou você morre de raiva. O único que trabalhou bem foi Eduardo Dusek, que por sinal nem ator é. Por aí você tira o resto.
Selton de Mello está irreconhecível, perdidinho da silva. Para piorar a situação ele atua o tempo todo cabisbaixo, falando rápido e “pra dentro”. No começo senti falta das legendas para poder entender o que ele dizia mas depois deixei pra lá porque não devia ser nada importante mesmo.
Parece que foi tudo feito “nas coxas”. É um caça-níqueis para ganhar dinheiro na carona do Tropa de Elite. Só que o que o Tropa de Elite tem de bom, Federal tem de péssimo.
O filme é ruim em tudo: não tem roteiro, a imagem é uma bosta, o som é ruim, os atores estão em seus piores momentos, os diálogos são IDIOTAS. E não há uma história. E não há um fecho para o final.
É muita cara de pau quererem fazer um filme a respeito da Polícia Federal sem terem ao menos feito uma pesquisa básica, tipo: quais são exatamente as atribuições da Polícia Federal? Em quê o trabalho da PF difere do trabalho da PM e da Polícia Civil? Como é o relacionamento da PF com as outras polícias? Costumam trabalhar juntos? Como funciona uma operação policial? Como é o dia-a-dia de um Agente Federal? Etc. No filme a Polícia Federal está irreconhecível.
Só mesmo a falta de pesquisa explica as inúmeras cenas absurdas, tipo:
- O Delegado com um pingo de agentes empenhados em fechar bocas de fumo. Há há há. Desde quando a PF trabalha nisso? E pior: torturando um bandido para ele dizer “qualquer coisa” (me poupem!) que facilitasse o trabalho deles. Como se todo mundo não soubesse onde estão as bocas de fumo da cidade.
- A presença inexplicável de um PM livre leve e solto, dispensado pelos seus superiores para trabalhar o tempo todo colado nos PFs. Mais incríiiiiivel ainda: colado com os PFs do COT .
- As inúmeras e ridículas trocas de tiros entre PF e bandido. Em cada confronto acontece um festival de tiroteios. Até em hospital! É mole? Detalhe: isso é exatamente o contrário da realidade. A maior parte do trabalho da PF é de inteligência, não ostensivo. Raramente um PF trabalhando mostra que é PF. Só ao final de meses de investigação é que acontece o confronto com os bandidos. Os bandidos, por sua vez, raramente reagem. Primeiro porque quase sempre já estão cercados. Segundo porque a maioria está mais preocupada em como contornar tudo com dinheiro. Apagar policiais só complicaria as coisas. Por exemplo: você consegue imaginar o Maluf, sendo preso, dando tiro em Policial Federal?
- No filme vemos um agente do DEA (norte americano) discutindo com um Delegado Federal e admitindo que é corrupto mesmo, e daí? Cara, isso dá até vontade de rir!
A impressão que dá é que ouviram conversinha de corredor sobre a atuação do DEA com a PF e resolveram colocar isso no filme só para fazer charme. Ficou hilário.
- Ainda sobre o agente do DEA: ele parece bicheiro de subúrbio carioca. Não conseguiram nem colocar um gringo verossímil na história.
Ah chega, vou parando por aqui.
0 comentários:
Postar um comentário